Imagina a situação: sua casa pega fogo, e você perde grande parte dos seus bens. Mas o pior: você não tem seguro residencial e, portanto, toma aquele prejuízo. O custo de um seguro de casa depende de vários fatores, como tipo e localização do imóvel, mas, segundo especialistas ouvidos pelo UOL, o valor em média é menor que R$ 500 por ano.

“O brasileiro em geral não tem hábito de fazer seguro. É mais uma questão cultural, e há o desconhecimento de que o seguro residencial é de custo bastante acessível”, afirmou Olívio Luccas Filho, professor de introdução às ciências atuariais da Fecap e consultor especializado em seguros.

José Varanda, coordenador dos cursos de graduação da Escola de Negócios e Seguros, também credita à falta de cultura da prevenção a pouca procura por seguros residenciais e faz uma comparação com o preço do seguro do carro, bem maior.

As pessoas veem que o custo do seguro de um automóvel no valor entre R$ 30 mil e R$ 40 mil chega a ser de R$ 1.200 a R$ 3.000. Daí, elas fazem analogia com o valor da residência e imaginam que os valores dos seguros residenciais sejam proibitivos, quando na realidade são muito menores.

José Varanda, coordenador dos cursos de graduação da Escola de Negócios e Seguros.


Para Jarbas Medeiros, presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais Massificados da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), essa questão cultural vem mudando aos poucos nos últimos anos, “devido à maior ocorrência dos eventos climáticos, aumento do uso de serviços de assistência e maior divulgação das seguradoras”.

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Só 14,6% dos domicílios têm seguros

Os seguros residenciais ainda são pouco contratados pelos brasileiros. De acordo com a Susep (Superintendência de Seguros Privados), existem cerca de 10,3 milhões de apólices de seguro residencial (dados de 2018), cobrindo cerca de 14,6% dos domicílios no Brasil. Considerando somente São Paulo e os estados do Sul, este percentual chega a 21,9%.

Levantamento da Susep aponta também que, em agosto, a receita das seguradoras com o seguro residencial atingiu R$ 295,84 milhões em volume de prêmios —um aumento de 13,7% em relação a agosto do ano passado. Prêmio é a prestação paga pelo segurado, para a contratação do seguro.

Nesta pandemia, com o isolamento social, a casa virou local de trabalho, e com isso aumentou o uso dos equipamentos e sobrecarga das instalações elétricas. Obviamente, significa que aumentam também os riscos de incêndio e de queima desses equipamentos.

Jarbas Medeiros, presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais Massificados da FenSeg.
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Quais os principais tipos de seguro residencial?

As seguradoras vendem diversos seguros residenciais, dos básicos aos sofisticados.

As seguradoras incorporam também serviços de assistência 24 horas em formas de pacotes que mais se adaptem à necessidade e ao bolso de cada segurado. Geralmente são serviços de chaveiro, eletricista, hidráulica e conserto de eletrodomésticos. Mas existem pacotes com serviços diferenciados, como fornecimento de caçambas, limpeza de caixa d’água e help desk (suporte para informática, telefonia).

E se o imóvel ficar inabitável, em razão de um incêndio, por exemplo, e tiver seguro? José Varanda, da Escola de Negócios e Seguros, diz que é a seguradora que irá arcar com os custos decorrentes da mão de obra, enviando uma empresa especializada que providenciará a limpeza superficial do local, tornando seus cômodos acessíveis.

Se a pessoa tiver contratado ainda o seguro adicional de “perda ou pagamento de aluguel”, ela terá direito à indenização pelo período que precisar ficar fora de casa, até o imóvel passar por reparos ou ser reconstruído. Ou seja, a seguradora paga um “aluguel” para que ela tenha onde morar.

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Custo do seguro residencial básico

Especialistas dizem que o custo do seguro residencial básico vai depender de alguns fatores, como valor segurado do bem, localização, forma construtiva (alvenaria, madeira), utilização do imóvel (moradia, veraneio) e existência de dispositivos de proteção (alarmes), entre outros.

“De maneira geral, na média o seguro residencial com as coberturas mais contratadas [incêndio, queda de raio e explosão] custa em média menos de R$ 500 por ano, contemplando inclusive assistência 24h dos serviços mais básicos”, afirmou Medeiros.

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Quem paga: inquilino ou proprietário?

A Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91) prevê que cabe ao dono do imóvel pagar o seguro contra incêndio, salvo se houver disposição contrária no contrato de locação.

Medeiros diz que, em geral, o proprietário transfere esta responsabilidade ao inquilino no contrato de locação. “O inquilino tem a responsabilidade de devolver o imóvel, ao fim do contrato, na mesma condição em que foi entregue. Sendo assim, caso o imóvel sofra um incêndio, por exemplo, o inquilino tem a garantia do seguro”, disse.

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Cuidados na hora de contratar um seguro residencial

É importante ter um corretor de seguros de confiança para poder apresentar as coberturas e assistências oferecidas pelas seguradoras. Dessa forma, a pessoa pode entender melhor e contratar conscientemente aquilo que julgar mais importante. Ver os preços é um fator de escolha. No seguro residencial, como as probabilidades de realizações dos eventos são baixas, os preços também são.

Olívio Luccas Filho, professor de introdução às ciências atuariais da Fecap e consultor especializado em seguros.
Claudia Varella
Colaboração para o UOL, em São Paulo
13/10/2020 04h00
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